quinta-feira, 25 de março de 2010

Ética e Política.

Ética e Política são duas noções que não devemos confundir nem separar. Estes conceitos têm uma relação de complementaridade entre si. Se por um lado a ética carece de uma estratégia, isto é, uma política, por outro lado, a própria política precisa de regras, meios e finalidades, sem que por isso ela se torne redutível face à ética. Torna-se necessária uma relação de complementaridade dialógica entre ética e política. Esta mesma relação pode trazer consigo dificuldades, incertezas e contradições a ser superadas.
Quando o predomínio da política face à ética é superior, verifica-se uma maior necessidade de aplicação dos imperativos éticos, como por exemplo os direitos e as liberdades individuais.
No que se refere ao princípio Liberdade, Igualdade e Fraternidade, podemos salientar que eles são contrários entre si, mas simultaneamente complementares. Isto é, se encararmos somente a liberdade, esta poderá aniquilar a igualdade e devassar aquilo que, até então, entendemos como a fraternidade. Contudo, a própria igualdade, quando forçada, não dá azo à liberdade individual. Somente a fraternidade pode colaborar com a igualdade e com a liberdade.

Um aspecto que caracteriza os nossos dias é a perda de futuro, incertezas, regressões, progressões e transformações. Tudo isto se deve a um princípio de imprevisibilidade dos resultados da acção.

            É possível constatar um profundo antagonismo entre aquilo que se entende por realismo das relações entre Estados e os próprios direitos do homem. Assiste-se, frequentemente, a uma conduta desviante do Estado e consequente menosprezo dos direitos do homem em função de interesses de poder nas relações internacionais. Quanto a este aspecto poderíamos salientar o exemplo da República Popular da China, onde os direitos do homem são constantemente subjugados em função de um desenvolvimento económico desenfreado.

A Política depara-se, constantemente, com o conflito entre realismo e utopia. Para a política realista, a utopia afigura-se-lhe como algo impossível ou de difícil acesso. Todavia não nos devemos esquecer que toda a transformação nos parece impossível à partida, enquanto não se revela na sua concretude.

As crises fazem aumentar as incertezas, tanto na acção como nas estratégias. Há uma desregulação acentuada, em tempos de crise, agudizando os desvios. Por outro lado, estes tempos conturbados são propícios às interrogações e tomada de consciência, indagando sempre por novas soluções.
Em situações de crise a ética assume um papel fundamental, devendo por isso resistir à histeria dos tempos difíceis, ressalvando a tolerância e a busca de compreensão.



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